Consciência, negra.
Consciência, branca.
O mundo precisa de mais consciência.
É tanto tormento, gritaria, desrespeito e violência.
Não é por aparência!
Nem é questão de identificação.
É uma questão de Respeito!
É uma questão de Respeito!
Respeito é luxo!
Desrespeito é lixo!
Na selva de pedras em que vivemos,
Ninguém mais sabe o que é amor.
Não tem nada a ver com a cor, gênero, religião, não!
É uma falta de tudo e nada.
São muitas vozes gritando e ninguém ouvindo.
É mulher, negro, pobre, menino de rua.
Tá tudo uma bagunça e ninguém quer saber.
Querem mesmo é esconder.
Tem gente que paga um caminhão
Pra lutar contra a opressão.
Mas tem aqueles que não querem saber.
Tanto faz, é o que dizem.
Não querem se envolver.
Se envolver? Se envolver?
Nada disso é com você?
Ser humano morrendo na rua, ninguém vê!
Morte ao índio queimado, nem doeu! “ Tava” dormindo.
E você sorrindo?
Meu Deus!
Que mundo é esse?
Em que cavalos valem mais do que gente?
O que aconteceu com a gente?
Não há consciência, nem preta, nem branca.
Na favela faltam murais.
Só aparecem se for nos jornais, estatísticas que são.
Não há opção! Negro, pobre é igual ladrão. Já está taxado.
Não adianta debater.
Pode ser dentista, que morrerá mesmo assim.
Pode ser ministro, sai daí Joaquim!
(sua presença incomoda).
(sua presença incomoda).
Consciência? Pra quê Nega?
Mataram todos e jogaram numa vala.
Candelária? Quem lembra?
Todo dia uma nova notícia.
Mães de maio? Que isso?
Fica quietinha que passa.
Não reclama não. Se é preto, pobre: ladrão!
Não! Não! Não! Mil vezes não!
Não me calo para você dormir em paz!
Quero mais amor no mundo.
Não pra mim e pra você. Pra todos!
O mundo precisa ser melhor.
Sabe o que é ser “di menor”?
Num pais que torce para você virar bandido?
Num lugar que você só faz atrapalhar?
É a realidade irmão.
Se preto, pobre: ladrão!
Não dão opção, não dizem nada.
Tiraram o chão, a esperança, apagaram a estrada.
Mas não querem saber de nada.
Querem apenas que as celas se fechem e que você se cale (se lasque).
Humilhação no dia de visita: revista. Íntima? Intimidação!
Se é família de preso: tudo ladrão!
Quero saber não!
Azar o seu. No que se meteu?
Consciência, negra!
Consciência, branca!
Pra quê?
No final das contas somos todos tratados como iguais (na constituição). Só que
não!
A verdade é outra. Escancarada, tira a roupa!
Vergonha. A lei não chega aqui.
Mas o que fazer?
O Estado não conhece você.
Estatisticamente você é culpado. Não adianta provar o
contrário. Otário!
É o que ouço ao vê-lo se render.
É o que ouço ao vê-lo se render.
Triste realidade que ninguém quer ver.
Quem sabe um dia, quem sabe...
______Ana Paixão, em voz emprestada.
Vozes dos excluídos, só não das estatísticas.
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